sábado, 26 de março de 2011

JUVENTUDE E VELHICE

JUVENTUDE E VELHICE

Da jovem mulher o seio pontudo,
do homem o falo também,
vivem alertas, apontando para o céu.
Quando perdem o viço, porém,
insistem em ficar molengas,
indicando sempre o chão.

NÓS E A LUA


NÓS E A LUA

Quando a lua se levanta
lá no horizonte
e derrama sobre a aldeia
a luz pálida e convidativa,
já encontra minha doce moreninha
esquentando a nossa rede,
só pensando em namorar.
O cabelo cheirando a flores,
a cabeça cheia de amores,
o corpo todo rijo e sedoso,
incitado pelo clima à beira-mar,
inflamado de paixão.
Quando a lua, então, se alteia,
a gente está se amando.
Acho até que é essa a razão
de ela chegar assim, apressada,
empurrando o crepúsculo sonolento.
Toda noite penetra aqui, indiscreta e sorrateira,
pelas frestas da choupana,
e no nosso ninho, deita o seu luar lascivo,
beijando nossos corpos nus,
como parceira experiente,
num ménage à trois.

domingo, 13 de março de 2011

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

O sol pinta de dourado
nuvens brancas
que enfeitam o céu azul
e grava na memória do viajante a
silhueta da vela do barquinho que se atrasou.
Não queria deixar aquela imagem,
para se eternizar ao lado
do feixe de luz
brilhando no espelho d'água,
onde a brisa refresca a noite
e brinca de fazer marola.
Todo o cenário pinturesco se observa
quando a estrela vai descansar,
deitando atrás das águas
na linda cidade
São José do Rio Preto.

VEM QUE EU QUERO


VEM QUE EU QUERO

Vem que eu quero, novamente,
encher os meus olhos com a tua imagem.
Vem que eu quero, audaciosamente,
encher as minhas mãos com os teus seios.
Vem que eu quero, cobiçosamente,
encher a tua boca com meus beijos.
Vem que eu quero, vagarosamente,
explorar a tua escultura e,
pelo teu corpo, despudoradamente,
extravasar o meu desejo.
Vem que eu quero, livremente,
de mãos dadas, pelos pensamentos afora,
encher de balõezinhos
os quadrinhos da tua história.

sexta-feira, 4 de março de 2011

P VERSUS V

P VERSUS V

Grandes garanhões,
representações do sexo forte.
Quantos troféus
ganhados na arena
redonda de motéis
em diversos embates
com elenco de mulheres gostosas
de vários biótipos e etnias.
Pobres moços
que entendem do metiê.
Cheios de júbilo,
ouvidos repletos de gemidos,
os dorsos riscados por garras felinas,
mensageiras de satisfações gozosas,
frisson e frêmito que culminam
em delirantes orgasmos fingidos.

EXTRINSECO

EXTRÍNSECO

Fiquei flutuando entre o real e o virtual,
entre o lunático e o sorumbático,
entre o terráqueo e o galáctico.
Na infeliz incompetência
entre o querer e o poder,
fiquei na dúvida
entre o veneno e o remédio,
entre o rígido e o eclético,
entre o saudável e o psicossomático,
até me dar conta do impalpável,
pelo caráter volátil
do pensamento errante.