quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

DESEJO PROIBIDO




DESEJO PROIBIDO

Sob o céu cintilante
lá bem pertinho das estrelas,
na noite aconchegante,
incitante, excitante,
daquele paraíso lá no alto da serra,
um lugar chamado Lumiar,
eu senti teu amor aflorar,
a ventura da febre de te querer se aplacar.
A paixão voraz
que nos habitava
saciou a sua fome.
Amei e fui amado
como tínhamos sonhado,
a lua e suas reluzentes companheiras
testemunharam a entrega,
em amor ávido e sexo sem pudor,
necessária a compensar
o sequioso desejo proibido
que nos consumia
com furor.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

ACORDA AMOR



ACORDA AMOR

Acorda amor,
receba o beijo de bom dia
deste teu homem,
escravo do teu amor;
que te ama assim
como um campo vasto,
infinito de flores.

NÃO DEU PÉ



NÃO DEU PÉ

Já estava com o pé atrás,
então procurei tomar pé da situação e,
pé ante pé, botei o pé no mundo.
Bati o pé, e do pé para a mão, me libertei.
Para tirar o pé da lama
e deixar de ter pés de barro,
botei o pé no chão.
Meti o pé em quem não arredava pé de me magoar,
e apesar de tudo, negava de pés juntos que não pegava no meu pé,
embora me provocasse a ponto de eu quase perder o pé
e sofrer que só pé de cego.
Assim, tendo novamente os pés fincados na terra
e deixado de ficar encostado ao pé de imbaúba,
como se estivesse quase com o pé na cova,
dei no pé e me livrei de uma experiência que foi um pé no saco.

SILÊNCIO



SILÊNCIO

Silêncio pela morte;
Silêncio pela pobreza humilhante;
Silêncio pela riqueza degradante;
Silêncio pela falta de respeito;
Silêncio pela falta de amor;
Silêncio pela mágoa;
Silêncio pela mentira;
Silêncio pela crueldade do mundo;
Silêncio pela depredação da Terra;
Silêncio pela falta de ética;
Silêncio pela degradação dos homens;
Silêncio pelas vítimas de guerra;
Silêncio pela deterioração do trabalho;
Silêncio pela exploração das crianças;
Silêncio pela insatisfação do trabalhador;
Silêncio pela vida;
Silêncio para apreciar o trabalho da natureza;
Silêncio pela contemplação da beleza;
Silêncio para ouvir um pássaro cantar;
Silêncio para ouvir o barulho da chuva na mata;
Silêncio para ouvir a água no córrego;
Silêncio, sobretudo, para ouvir a consciência.
Silêncio por favor!