terça-feira, 30 de junho de 2009

VIDA



VIDA

Entreguei a você
o meu amor,
tudo que posso sentir por uma mulher.
Guardado contigo,
pode fazer dele o que você quiser,
na medida e na hora que desejar.
Pela sua vontade, então,
fica o meu amor controlado:
se quer ser muito amada,
só um pouquinho, às vezes,
haverá ocasiões em que nada vai querer.
Você sabe quanto de mim te basta.
use-o com cuidado, porém,
bem cuidado tende a aumentar,
mal usado, pode acabar.

UMA FLOR




UMA FLOR


Uma flor vale muitas palavras,
vale um belo sorriso,
um beijo que não foi dado.
Uma flor vale uma declaração de amor,
vale o olho no olho,
uma verdade escondida.
Uma flor vale a saudade reprimida,
vale a cura de uma ferida,
uma promessa não cumprida.
Uma flor vale o desejo recalcado,
a constância objetal,
tapa a boca de um canhão
e termina uma guerra.

terça-feira, 23 de junho de 2009

VOCÊ FAZ EM MIM


VOCÊ FAZ EM MIM


Emoção é me inspirar em você,
é não saber o que fazer com seus olhos,
é falar, falar, e só sair mudez.
Emoção é procurar me encontrar em você,
é engolir meus anseios,
é esse seu roçar em mim,
é fazer do meu sonho um fim.

ASSIM JAZO


ASSIM JAZO


É o que me resta,
comer a sobra do bolo da tua festa.
A alva, amarga cobertura,
já com o mesmo gosto
que tenho por sorrir.
Ah! Como sou covarde em conter
e me manter em esperança,
o desgosto que guardo por isso.
Assim jogo nessa vida sem sorte,
assim jazo nessa vida de morte.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

IMAGINAÇÃO


IMAGINAÇÃO


Nosso amor é um drama

representado no palco da minha imaginação

aonde você entrou em cena e nunca mais saiu.

Em sessões ininterruptas,

contraceno esse amor de sonho.

O QUE SERÁ QUE PERDEMOS?


O QUE SERÁ QUE PERDEMOS?


Um piano,
uma garrafa de vinho,
eu e você.
Os acordes ainda ressoam
embriagando os meus ouvidos,
sinto ainda na boca
o gosto da bebida
e da voz contida,
a vontade do beijo
que não veio.
E não me deixam esquecer
do tempo que passamos,
do sentimento que pensamos esconder,
dos beijos que não demos.
O que será que perdemos?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

BORBOLETEAR


BORBOLETEAR

Breve vai chegar o hora,
vou deixar essa vida de larva,
lagarta que se arrasta pelo chão,
estágio de provação que eu preciso viver
para construir o meu futuro,
e, na clausura, produzir o meu retorno triunfante.
Dar à luz minhas asas
de colorido exuberante
e beleza sem par,
pra viver, ainda que efêmera,
minha sonhada liberdade,
a vida colorida nos jardins
que a natureza, em recompensa, me oferece.
Vou beijar as flores,
me exibir e me entregar,
distribuir o amor,
borboletear por aí,
na tentativa de continuar.

A TROCA


A TROCA


Inúmeros presentes queria dar-te,
cobrir-te de jóias,
tecidos requintados
ou lindas coisas pessoais.
Queria dar-te mais,
o que não posso buscar lá fora,
o que em mim está fechado
e mal sei desembrulhar,
o meu amor contido.
Eu queria receber de ti um olhar,
mas que não fosse distraído,
e, cheio de ternura,
me dizer:
sou tua,
veja o que vai fazer comigo!