quinta-feira, 28 de março de 2013

REENCONTRO AO LUAR


 
Foi a Lua quem me disse:
“Ela te espera, deixa de tolice rapaz!
Eu mesma desenhei a sua sombra
que se alonga tal que sua esperança.
Também fui eu quem fez brilhar
uma lágrima solitária,
carregada de amor e ternura,
que rolou preguiçosa e sofrida,
riscou silenciosa o seu rosto
e se escondeu entre os seios,
cheios da sua ausência,
que esperam, generosos, o seu amor.”
Então eu senti, como uma lufada de vento,
a minha chama se avivar,
pela sensação gostosa de ser  amado,
de ouvir o amor sussurrado,
cantado pelo vento no meu ouvido,
da menina ávida de mim.
E do tamanho do seu fascínio
eu me dei conta, enfim.
E o meu barco rumou sereno,
apressando a lentidão do tempo,
trazendo seu homem  de volta ao cais.
E, sob o olhar prateado da lua alcoviteira,
estreitei  o seu corpo ao meu
 e me fundi, feliz, com meu amor.

O TEMPO E O VENTO


Eu deixei lá a menina do porto,
bela como uma flor,
sentada, ao fim da tarde,

na nossa pedra do cais... sorrindo.
Estava me afastando,

balançando nas ondas
como um passarinho
embalado pelo vento.
Os olhos cegados pelo sol... sonhando;
pensando se ainda estaria

lá quando eu voltasse.
Eu deixei lá a menina do porto,
sentada, iluminada pela lua,

na nossa pedra do cais...chorando.
Me afastando ligeiro pelas velas enfunadas,
os olhos ardendo do sal,
procurando um momento de solidão e de paz.
Ouvindo a música do vento,
aprendendo a sabedoria do tempo.
só ele vai me dizer
se vai viver ou morrer o seu amor
por este aventureiro rapaz.