terça-feira, 15 de janeiro de 2013

SOCORRO! QUEREMOS VIVER!


Começa a arquejar o pulmão verde do mundo.

Por vezes penso se um dia vai ser só memória

aquele balancear tranqUilo e sereno da ramaria,

ora atiçada pelo vento, ora pelo passeio da macacada.

Anauê acará. Anauê aracema, caapuã, sauá.

Oxalá não veja a humanidade, em lugar desse bucolismo,

o solo seco crestado pelo sol inclemente,

o calor transformar o tesouro verde em palha

e, depois, o ar em movimento carregar o pó

soprando para longe a terra ressecada.

A natureza por ser perfeita é lenta, construir leva tempo.

Quantos séculos de trabalho de nossa mãe

para engendrar toda essa bela trama!

Ao contrário, destruir não demora.

Poucos golpes de machado ou de serra

abatem um soldado da vida nessa Terra.

A azáfama interesseira já fez muita ferida

na preciosa mata onde ainda piam alguns passarinhos.

Não demora a mangabeira vai deixar de existir por lá,

como ela o mogno, a seringueira e o açaí.

Para onde irão as orquídeas e bromélias,

o boto rosa, o pirarucu, a piranha, o caapora

e toda a exuberância verdejante?

Enquanto se dorme nas palhas e não se move uma palha

para trazê-la ao colo e protegê-la da predação,

estão lá os fazedores de deserto, ambiciosos e inescrupulosos

deserdando nossos filhos e desertando a esplêndida floresta.

E, assim, não demora, nas águas da Yara, morada de Irupé ,

o Iguará de asa branca, a lua airaquecê e a estrela airumã

não poderão mais se banhar, tampouco se admirar.

SEM VOCÊ



Madrugadas insone,

meu pensamento em você.

Horas de ansiedade...

Estás tão distante...

Caminhos solitários

eu tenho trilhado.

Te quero demais no meu mundo.

Na minha mente és onipresente.

Nos meus olhos só a tua imagem.

Eu não quero ter você.

Quero sim, merecer.