domingo, 2 de outubro de 2011

OCÊ VAI CASÁ CUMIGU?

OCÊ VAI CASÁ CUMIGU?

Naquele dia que nos fomo festejá
pra modi comemorá o São João.
Aquela muié bunita quinem a santa
mi arrastô toda afoita pro meio do arraiá.
Deixei um par de vala lá na terra
qui não era pra mó di plantá semente não,
foi meus dois pé de sapato que riscaro assim o chão.
Ieu, fingia qui num quiria,
mas impurrava o corpo im frente
prela num disistí e mi deixa quinem bobão.
Meu coração estava aos pulo,
mas acho qui era pra mó di dá conta da emoção.
Tirava o chapéu da cabeça
pra ocupá a minha mão,
mas botava lá dinovo e
a otra logo tamem pegava, pra num ficá vazia não.
Quando os meus braço incabuladu
si inchero de valentia
e abraçaro todo aquele corpão,
num quiria era largá mais não.
Nem ouvia as música acabá,
tava lá garrado quinem erva di Passarim.
E apesar dus pulo qui ela dava,
qui eu pensava qui era seu jeitin di varsá,
tava mais é saino fora
dus meu pisão no seu dedão.
Até qui a moça mostranu pru qui veio,
foi logo dano o seu jeito
di mi puxá lá prum canto,
pra modi nois acertá uns tratamento,
mas foi logo preguntano,
já qui eu tava dano trela,
si eu ia mi casá cum ela.
Du jeito qui eu tava,
Adispois qui intrei na dança,
prumeti inté o qui eu sei
a minha mão num arcança,
mas pelo menos apruveitei
toda a gostosura da festança.

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